Um conto de arte,
2023.
A ignorância dos apegos impuros,
sem essência de vida.
Eu fui atrás disso,
sem querer, eu sou, eu estou.
Eu registrei isso.
-Quero existir na arte, na alma!
No estado alternativo ao estado da carne.
A brisa! Sim, do ventilador empoeirado.
É a sujeira do jogo.
Eu vou fotografar isso.
Se as ignorâncias deixarem.
Se as ignorâncias me deixarem,
estarei só, como o salvador
sem ser considerado um salvador.
Só o que se diz salvador.
Sem arregalos de esperança
Nada, aos olhos de todos.
E aquele grupo libertário, reacionário!
Brilha por enfrentar a resistência,
não por chegar ao objetivo.
O caminho é lindo, depois.
Durante: ira e artimanhas.
O motivo das Vidas! - enquanto planejávamos.
E lá no final da vida, vamos!
Esperemos até lá!
Lá vamos contar aos novos mimados
nossas nem tão sinceras visões
dos nossos tempos de luta.
Damos risadas dos choros
e orgulho de alguns erros.
Porque aqui no final, já somos velhos.
Sem bolas pra muita coisa.
É muito poético o passado
trágico, engraçado e doloroso.
Não tenho ligado á veracidade dos fatos
logo acaba.
Ao menos, minha postura!
Minha honra que não tinha antes,
agora antes tinha,
amanhã quando despedirei
eles recitarão minha honra
como o salvador
e ancorarão minha alma á carne
como fiz, sempre, com meus heróis.
-Eu te maldigo! Sistema corrupto!
Me maldigo pela carne que fui,
eu repreendo, pelo salvador que não fui.
Não! Não sou infrator! Sou o resultado!
Se me desenhastes, porque tudo isso?
Se fosses óbvio, não seria nada disso!
-Ahá! É de muita astúcia!
Encontrei a lucidez! O plano é escuro!
Ele tem mácula de artista
dos que escrevem difícil,
não explicam suas obras.
Não dirá coisas legais,
esses gostam do drama.
Me fez teu semelhante, nada além.
Aí está tua verdade!
Não há nada mais verdadeiro que o sofrer!
Tudo de real vem do sofrer!
Quem dera eu poder escolher.
Agora, eu, sem carne
possuidor da resposta.
Me sacio da procura.
Volto a talvez ser o salvador.
Estão a dizer por lá.